domingo, 9 de novembro de 2008

Sendo escada para outros


(a exemplo de Cristo)

“Um ao outro ajudou e ao seu irmão disse: esforça-te” (Is. 41:6). O cerne de todos os ensinos dados na Bíblia é o amor. O amor é, sem dúvida, a marca do evangelho de Cristo, tanto que o mesmo sintetizou toda a rebuscada lei vetero-testamentária em, apenas, dois mandamentos de amor.

Um amigo, certa feita, após ser argüido sobre as suas aspirações ministeriais, disse-nos: “eu quero ser escada para os outros, quero que as pessoas, através de mim, cheguem mais perto de Jesus”. Quem o ouviu ficou admirado, pois era propósito de vida simplesmente Cristão. Todos imaginavam ouvir dele, quem sabe, quero ser um pastor bem sucedido ou algo assim. Foi bastante inspirador para os presentes, uma vez que aquelas palavras não eram, apenas, um discurso bonito mas, para os que o conheciam, um testemunho real.

Durante três anos Jesus se fez de escada para seus discípulos, ensinou-lhes servindo a custo de auto-sacrifício. Imagino quanta paciência Jesus teve para ouvir e ensinar tantos judeus, viciados em suas tradições religiosas, que nada sabiam a respeito da graça; dos mais diversos temperamentos, alguns analfabetos e outros cheios de si mesmo. A escada para ter sua função executada precisa ser pisada. E, de forma análoga, Jesus foi pisado por amor a nós, para que obtivéssemos Dele uma vida melhor, não somente no céu mas aqui na terra também, uma “vida abundante”.

Os irmãos da igreja primitiva não somente entendiam o significado de “escada” como executavam responsavelmente a sua função. Eles tinham tudo em comum, se auxiliavam mutuamente, de forma que no meio deles não haviam necessitados. Quem tinha propriedades vendiam-nas para favorecer aos demais; os mais sábios e eloqüentes, como Paulo, Apolo e Barnabé, desgastavam-se ensinando os irmãos; os doentes eram curados pela imposição de mãos, o amor entre os irmãos da igreja primitiva era como “jogador titular” (presente em todas as partidas). Havia entre eles uma comum união que permitia o serviço recíproco de um irmão para com outro. Essa comunhão é capaz de vencer depressões, traumas, complexos de inferioridade, timidez, solidão e tantos outros problemas, por um princípio que o próprio Deus estabeleceu na sua Palavra (v. Sl 133:1,3). Ser escada para um irmão pode ser, também, um compromisso de discipulado. Os novos na fé, os irmãos mais fracos, o amigo descrente serão muito beneficiados com esse tipo de serviço simplesmente cristão. Fica aí um exemplo a ser seguido. Amém?

Tiago Talmon

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